sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Monocromatico


Um dia Paulinne acordou, abriu a janela, e percebeu que tudo estava escuro lá fora embora o relógio já marcasse oito horas de uma manhã que deveria estar ensolarada. O mundo estava em preto e branco, numa monocromia que afetava os olhos e os sentidos. As árvores, que Paulinne normalmente mal observava estavam secas, o jardim com todas as flores que Paulinne raramente regava, estava repleto de flores murchas e cinzentas, o gramado se assemelhava a um tapete cinzento, os pássaros, mudos, não perturbavam mais Paulinne com seu canto todas as manhãs, as uvas na videira estavam pardas e a água que corria num córrego próximo à sua janela, secara. 

Paulinne viu seu dia diferente, nublado, despojado de tudo aquilo que a natureza diariamente oferecia e ela não dava o devido valor. O Sol parecia uma esfera negra, a lua não mais era visível pois o sol que a ilumina e a torna tão bela, já não a acariciava com seus raios brilhantes. Já não havia mais perfume no ar, pois tudo era insólito e triste.

Pauline olhou o horizonte tentando divisar alguma coisa além de uma cortina cinzenta e carregada mas não conseguia enxergar nada. Tudo que era belo, perfumado, colorido, brilhante, audível, movimentado, de repente parou.

Paulinne não conteve as lágrimas que rolaram pela sua face e voltou a dormir, refletindo sobre tudo que lhe era dado, ofertado e Paulinne não sabia dar valor ou enxergar a grandeza que há por trás dos pequenos atos, das pequenas belezas, do mínimo gesto, do carinho, da dedicação de cada elemento que sempre coloriu seu dia, enchia-o de perfume, cores, sons e amores.

Paulinne adormeceu.