quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ela é assim...



...e havia uma música no ar, que não a definia... não... de maneira alguma, pois era apenas uma melodia bonita, incomparável a ela. Mas enfim, a música é essa ( https://www.youtube.com/watch?v=LkUdJTLOF1E ).

     Não lhe direi quem é, apenas vou descrevê-la para que você a conheça, sem no entanto conhecê-la... e já lhe adianto: não é apenas idealização.

Ela é assim, como a flor de algodão
que de cor marfim encheu meu coração
em seus olhos ela tem o brilho de milhares de estrelas brilhantes
que abraçaram o brilho dos meus, como jamais sentira antes.

Ela é o néctar, em meus lábios, cristalizado
é a companhia perfeita que quero sempre ao meu lado
é o azul do céu quando a tempestade se vai
é a saudade em meu peito, que nunca sai.

Ela é o vento quando as brancas areias sopram
e sua voz o encanto das sereias quando cantam
ela é a imensidão do universo sem fim
e a grandeza do amor que despertou em mim.

Ela é linda de beleza imensurável
e meu amor mais doce e agradável
é ninho de pássaro em pleno verão
é sabor de fruta doce com creme de avelã.

Hoje não sou mais eu,
tampouco não é mais ela.
Hoje somos nós, 
pintando o amor em aquarela.

Hoje estou extremamente feliz,
ao lado da mulher que sempre quis
é ela quem me completa totalmente
e sabe o valor do que a gente sente.

O amanhã a Deus pertence sim,
mas ele a trouxe de presente para mim
para que pudéssemos viver nossa felicidade
nos amando como amamos, por toda a eternidade.

LL

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Nem por um minuto

Às vezes me confundo olhando meu interior.
Ora me vejo em meio à uma multidão de mim,
ora sozinho comigo mesmo.
Sou do tipo que não me contento
com metades ou partes.
Sou do tipo tudo ou nada.
Pois não se faz nada pela metade.
Não se vive,
não se ama,
não se dorme,
não se sonha.
Sou estranho, mas só na aparência,
sou triste, mas só nos olhos,
sou alegre, mas só nos lábios,
sou canção que não escuto
sou feliz a vida inteira,
nunca triste por um minuto.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Arquimedes, o adolescente e o revólver.

Meu avô dizia: "Escrever livros não dá dinheiro, meu neto. O melhor é você pegar no cabo da enxada e largar esse lápis.". Claro que discordo do meu avô, embora afirmo que os escritores (e outros tipos de artistas) recebem muito pouco em troca de suas valiosíssimas obras.

Vejam só, a Grécia, berço da democracia, cambaleando moribunda à beira de um abismo financeiro. Democratas e socialistas digladiando para definir a soberania de seus ideais, "leiloam" as ruínas gregas na esperança de que apareça um Arquimedes mergulhado em uma banheira exclamando "Eureka!" e colocando termo à crise financeira. A Alemanha ainda não explicou aos compatriotas como vai participar desse "Holocausto financeiro" ou quais suas bondosas intenções. Berço de tantos filósofos e cientistas políticos, sucumbe à armadilha da comunidade Europeia e aos caprichos do Euro.

Aqui na "Terra Brasilis" discute-se a possibilidade de enviar "Joãozinho" e "Mariazinha" para a prisão antes da idade até então estabelecida por lei. A redução da maioridade penal viria justificar uma punição mais severa àqueles menores que dançam e sapateiam, zombando, diante dos distritos policiais o carnaval de impunidade aos crimes cometidos e infelizmente "amparados" pela impossibilidade de serem enviados à prisão ou seria uma "injustiça social" praticada contra alguns jovens que não frequentaram a escola e não nasceram em berço esplêndido? No entanto "Pedrinho" também é menor, filho de pais muito pobres, sem recursos financeiros, sem videogames, sem roupas de grife, etc., e a lei da maioridade penal não o afetará em absolutamente nada, haja vista que frequenta a escola, estuda e não trilha o caminho da marginalidade.

Em Atenas e toda a Grécia a população está refém de uma moeda forte que exige lastros financeiros firmes e um PIB suficientemente grande para suportá-la. Aqui em "Terra Brasilis" o cidadão clama por andar armado, reivindicando a possibilidade de portar uma arma para se defender quando necessário e que as mesmas não sejam privilégio dos bandidos que há tempos não respeitam muros, cercas elétricas, abordam cidadãos em seus veículos e nas ruas em plena luz do dia, pois sabem que não encontrarão resistência porque somente eles, bandidos, estão armados. 

O Brasil já está de "mãos ao alto" diante da criminalidade, inflação, corrupção e da falta de decoro dos nossos dirigentes políticos. Não temos “Euro$” mas o precipício diante de nós não é menor. Se o Minotauro é a esperança da Grécia, por aqui, só o Cristo Redentor pode nos salvar.



AS ROSAS DE JULIENNE
            Era uma manhã de outono e faltavam poucas horas até alcançar seu destino. Pela janela do trem, passava rapidamente toda aquela paisagem deslumbrante das regiões montanhosas próximas a Laville, uma cidade esquecida pelo progresso mas lembrada em detalhes pelo Criador. As encostas montanhosas, cobertas pela vegetação abundante e os diversos riachos que corriam em silencio desviando-se dos coloridos seixos, formavam um mosaico inesquecível e aconchegante de toda aquela paisagem que uma vez ou outra abrigava um chalé com chaminés fumegantes e acolhedor.
Oscar era um homem alto, cabelos um pouco grisalhos, ondulados, olhos castanhos escuros, um tipo caucasiano de feições austeras, corpo atlético e olhar indiferente. Absorto, trazia o arrependimento no peito, que feria como lâmina afiada, atormentando-o dia e noite.
Julienne, de olhos castanhos claros, cabelos longos e negros à altura da cintura, franja “Cleópatra”, lábios carnudos perfeitos, que emolduravam uma linda boca em formato de coração, nariz delgado, pescoço longilíneo, cintura e mãos finas, quadris largos, pernas torneadas e pés delicados, estatura mediana, voz doce, melodiosa e quase sempre calma e em baixo tom.
Oscar a conhecera durante uma viagem de férias ao Caribe, há vinte anos. Lembrou-se perfeitamente daquele momento em que a viu passar pela praia, vestindo um maiô azul marinho, canga azul claro, chapéu de abas largas, caminhando lentamente enquanto as ondas lambiam seus pés e o vento esvoaçava seus finos cabelos de ébano. Oscar, quase hipnotizado, não hesitou em abordá-la quando a viu parar numa barraca de água de coco. Gentilmente postou-se a seu lado, cumprimentou-a cordialmente e animou-se ainda mais quando não percebeu nenhuma aliança ou anel de compromisso em suas mãos. Desculpou-se pela súbita abordagem e ofereceu-lhe um drink. Iniciaram uma animada conversa e não demorou muito para que Julienne se rendesse aos seus charmes e se encantasse com seus dotes culturais. A tarde passou ligeira e decidiram marcar um encontro para aquela noite, haja vista que Julienne estava hospedada em um hotel bem próximo ao de Oscar.
Minutos antes da hora marcada, Oscar a aguardava no salão do hotel em que Julienne se hospedara. Uma vez mais o coração de Oscar parecia saltar fora do peito quando a viu se aproximar. Salto alto, vestido longo, preto, com abertura lateral até a altura de suas coxas, generoso decote em forma de “V” que evidenciava ainda mais seus seios médios e firmes. Seus cabelos soltos, desciam harmoniosamente sobre os ombros e roçavam sua alva, perfumada e macia pele à medida que avançava em sua direção.
Um solavanco do trem mudou o rumo dos pensamentos de Oscar trazendo-o de volta à realidade. Já estava quase na hora de revê-la. Julienne mudou-se para Laville dois anos após separar-se de Oscar. Estiveram casados por mais de 15 anos e há dois Julienne resolveu separar-se. Foi um casamento perfeito em seus primeiros anos. Oscar, desde o início mostrava-se marido apaixonado, cuidadoso e dedicado. Julienne tinha seus sonhos e um deles, o qual realizou, era cursar uma faculdade e formar-se em Psicologia. A princípio Oscar não se importou, mas foi mudando sua maneira de pensar e agir à medida que Julienne ocupava mais o seu tempo com as atividades acadêmicas. Oscar já não via com bons olhos os colegas de faculdade de sua esposa, principalmente aqueles mais jovens e do sexo masculino. Seu ciúme tornou-se doentio e sua opinião soberana. Seu desequilíbrio chegou ao extremo quando num dia chuvoso Julienne voltara mais cedo pra casa e resolvera aceitar uma carona de um colega de classe. Oscar a observava pela janela, quando desceu do carro e entrou às pressas em casa. Julienne sentiu o mundo girar quando aquele tapa a acertou violentamente o rosto, acompanhado de palavras de baixo calão, acusações infundadas e um forte empurrão que arremessou-a ao chão.
Incrédula, Julienne ainda sentia o gosto do sangue em sua boca e contemplava Oscar completamente desfigurado pelo ódio. Como pode o homem que lhe faz juras de amor, compartilha sua cama, suas intimidades, que deveria ser seu porto seguro, seu amparo, incentivo e protetor, agir daquela maneira? Em que lugar do passado aquele cavalheiro que a encantara naquela noite em que foi busca-la no hotel se perdeu? Era inaceitável tal conduta.
O gosto amargo de suas lembranças, juntamente com o anuncio de que em alguns minutos o trem chegaria a seu destino causou náuseas em Oscar, que, após a decisão do juiz, que decretou o divórcio litigioso, entregou-se ao alcoolismo e dedicou suas noites às tentativas infrutíferas de reaproximar-se de Julienne e obter o seu perdão. Julienne o amava e por inúmeras vezes ponderava conceder-lhe uma segunda chance, mas Oscar, mesmo em suas investidas aparentemente arrependidas, repetia as agressões verbais nos momentos em que Julienne o aconselhava a ir para casa repousar e recuperar-se de sua embriaguez.
Desde que se separou de Oscar, Julienne foi morar em Laville, atraída pelas oportunidades de trabalho como psicóloga e pelos encantos naturais daquela cidade. Oscar durante um tempo a procurou insistentemente mas ao perceber que Julienne estava irredutível em sua decisão de não aceitá-lo de volta à sua vida, resolveu se afastar. Nunca deixou de amá-la. Nunca deixou de pensar em Julienne todas as noites de sua vida. Nunca compreendera, até então, o significado da palavra “arrependimento”. Julienne jamais fora infiel com Oscar, sequer em pensamentos, mas a mente doentia dele, impulsionada pelo sentimento de ciúme e posse o atirara ao fundo do poço do remorso.
Oscar pegou sua mala, enxugou os olhos e desceu lentamente do trem. Acenou para um taxi e à medida que percorria aquelas ruas em direção a seu encontro com Julienne, recordava os lugares nos quais passearam de mãos dadas, o banco da praça no qual se beijaram, a sorveteria, o cinema, aquele restaurante que por tantas vezes lhes serviram vinho e músicas românticas para que dançassem de rostos colados. Mas a razão de seu viver já não fazia parte de seu cotidiano. Foram tantos planos feitos juntos e todos desfeitos pela precipitação, falta de respeito e pela enfermidade da desconfiança.
Oscar parou diante da entrada, ajeitou seu paletó, deixou a mala do lado de fora. Nas mãos conduzia um buquê de rosas e um bilhete escrito de próprio punho. Parou diante de Julienne, pálido, prendendo a respiração numa apnéia que pareceu-lhe durar uma eternidade. Contemplou aquele rosto lindo que o hipnotizara nas praias Caribenhas, as mãos suaves de dedos longos e finos, aqueles lábios desenhados cuidadosamente pelas mãos Divinas, cerrou os olhos e entregou-se ao pranto.
Julienne há pouco mais de três meses constatou um Linfoma já em metástase, o qual não conseguia vencer pela quimioterapia. Enviou um e-mail a Oscar contando-lhe da enfermidade e de seus receios de que não tornasse a vê-lo.
Oscar debruçou-se sobre o corpo frio e inerte de Julienne, depositou o buquê de flores sobre seu caixão e pediu-lhe perdão, beijando suas mãos.
Lá fora começara a chover. O vento forte que espalhava as folhas do Bordo soprava uma triste e silenciosa melodia pelas janelas daquele salão onde acontecia o velório de Julienne e começaria o inferno no coração de Oscar.


SINUOSIDADES

SINUOSIDADES
O
AMOR,
quando CHEGA de mansinho,
                                   vem TRAZENDO, passarinho,
                                               novas CORES aos corações
                                   DISSIPANDO as ilusões,
rompendo as TREVAS da solidão
vem DIZENDO a todo o mundo
            QUE não há sequer um segundo
                        que eu possa viver SEM pensar
                                   em VOCÊ.
                                   pois A felicidade que sinto e
 que tenho na VIDA
NÃO se compara, querida,
            e nem  TEM  a menor

GRAÇA.