quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Na pizzaria...

...era novembro, com toda a chuva característica do final de ano. O dia começara nublado, cinzento, chuva fina e constante e da mesma maneira estava terminando. Ele saiu para comer algo após um cansativo dia de trabalho. A chuva fina não atrapalharia sua caminhada por cerca de três quadras até uma pizzaria próxima de sua casa. O asfalto molhado refletia as luzes à sua volta enquanto a chuva fina resvalava em seu sobretudo. A brisa fria e suave trazia os aromas de relva molhada, ar puro e refrescante. Alguns trovões esparsos e relâmpagos fugazes que traçavam desenhos no céu.

   Por pouco não encontrou uma mesa vaga, pois a chuva daquela noite pareceu ter enviado convites a todos para que saíssem de casa e se encontrassem naquele lugar. Ele aguardou até que alguma messa ficasse vaga. Enquanto isso foi convidado a se dirigir até o balcão e degustar um vinho acompanhado de torradas com alho tostadas na manteiga. Ainda saboreava o primeiro gole quando a viu chegar... cabelos castanho claro, ondulados, um pouco abaixo dos ombros, sobrancelhas grossas, desenhadas um pouco inclinadas para cima o que lhe conferia um ar enigmático e misterioso. Ela vestia um vestido preto, pouco acima dos joelhos, justo, com detalhes de renda no decote e outros detalhes em vemelho, um colar e brincos que pareciam bronze, mais despojados, sombra suave de cor laranja sobre as pálpebras e batom vermelho claro aparentando 1.70m de estatura, um pouco mais alta devido aos saltos altos.

   Não havia sequer um exemplar do sexo masculino que não a notasse, mesmo aqueles mais discretos que a devoravam pelos cantos dos olhos. Aquele caminhar seguro e altivo, com um rebolado sutil e atraente. Como não haviam mesas disponíveis ela foi convidada a aguardar no bar, assim como ele, que não conseguiu desgrudar os olhos daquela mulher que o hipnotizava cada vez mais à medida que se aproximava.

   Ele a cumprimentou com o olhar e acenou levemente com a cabeça, cedendo um espaço justamente ao seu lado, para que ela se acomodasse junto ao balcão. Ela sorriu de volta e se aproximou, parando ao seu lado, quando o cumprimentou. Naquele instante ele pôde deliciar-se com seu perfume que instalou-se ao seu redor como um bálsamo dos deuses, certamente misturado àquela pele alva e de aparência macia e sedosa. Ele tomou sua mão, cumprimentou-a levando sua mão aos lábios ao mesmo tempo que se inclinava um pouco para beijar sua mão, segurando suavemente seus dedos longilíneos de unhas coloridas e tez bem cuidada certamente com cremes hidratantes, pois a maciez era inconfundível.

   Como não havia mais nenhuma cadeira ali naquele balcão, ele prontamente levantou-se para que ela se acomodasse e sem perda de tempo chamou o garçom e ofereceu-lhe uma taça de vinho tinto seco. Apresentaram-se formalmente e conversaram animadamente. Ela era extremamente agradável, bem humorada, inteligente, de bem com a vida e como se não bastassem todas essas qualidades, muito linda. Logo vagou a primeira mesa e ele a convidou para sentar-se com ele, caso ela não estivesse esperando por alguém. Ela disse que estava em um namoro que mais parecia final de namoro, ainda em fase de decisões que poderiam levar ao final e rompimento do mesmo. Ele animou-se de certa forma, pois uma luz ao final do túnel é uma luz que existe e ele tentaria alcançá-la, pois há tempos não conhecia alguém que realmente lhe encantasse tanto, à primeira vista, como aquela musa que estava ali diante de si.

   Contaram suas histórias de vida, conheceram-se um pouco mais e quanto mais a conversa adiantava, mais encantado ele ficava. Entraria ou não nessa disputa? ficaria presente o tempo todo em seus dias lhe dando a atenção que ela merece e ele também desejaria para si todos os dias? Ele não sabia ao certo qual atitude tomar, apenas tinha a certeza de que estaria ao lado dela lhe dando apoio nessa fase difícil de decisões. Não importa qual decisão ela tome, obviamente ele torcia para que ela ficasse solteira e então ele teria caminho livre para tentar conquistá-la, mas se contrário fosse ela teria seu carinho e amizade de qualquer maneira (mas esse pensamento ele logo tratou de elinar de seu pensamento). Ele a queria para si, como sua namorada. Definitivamente.

   A noite avançou e após a pizza, ele a convidou para sairem para dançar ao final da semana. Mas isso ainda está por vir... por enquanto ela povoa e domina seus pensamentos noite e dia. E enquanto seu coração aguarda uma vaga para preencher o coração daquela musa ele não a deixará esquecê-lo.

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