sexta-feira, 7 de junho de 2013

Medo...


...ela parou diante de um obstáculo em sua vida que se agigantava diante de seus olhos. Era diferente, misterioso foi a palavra que ela usou para definir aquele sentimento. Mas sentiu medo. Sim, foi isso que sentiu quando começou a se lembrar do vento frio daquela noite quando uma tempestade se aproximava mas sequer caiu uma gota d'água. Medo foi a justificativa que encontrou numa tentativa de negar que gostou  de estar tão próxima, olhos nos olhos, tocando as mãos. Medo foi o que sentiu ao refutar a ideia de que queria mais e mais beijar aqueles lábios (e queria novamente) que tão sedentos estavam pelos seus. Abriu mão daquelas mãos que lhe acariciavam com suavidade a face, entrelaçavam dedos, e afagavam seus cabelos apenas por medo de querer mais. Ela não conseguia enxergar que todo medo passa, as atribulações passam e tudo que ele queria era lhe ajudar com que tudo isso passasse, mas, ao seu lado, para que quando suas lágrimas rolassem pelo seu rosto ele pudesse recolhê-las com um beijo e um sorriso nos lábios, silenciosamente lhe amparando. Ela julgava que ele seria igual aos outros, sem antes mesmo de conhecê-lo melhor e dar-lhe a oportunidade de lhe mostrar que SIM, ele não era como as pessoas com quem ela havia convivido até então. Ela acreditava que ignorar suas cartas, mensagens, ligações era suficiente para que seu coração aceitasse a inverdade contada a ele próprio de que ela não sentia nada por ele. Ela repetia a si mesma que havia sido ele quem sumiu e que não se preocupava com ela, contrariando todos os recados deixados em sua secretária eletrônica, desejando bom dia dizendo sentir saudade. Mas ele não seria invasivo (e não foi), para não forçar sua presença embora toda a atenção dele ela possuía. "Quero ir devagar", pensou ela, mas foi tão devagar que parou... e parou tudo... deixando que apenas o medo seguisse adiante. A vida segue, tanto a dela quanto a dele e os sentimentos se transformam e quando se trata de sentimentos, não há "amanhã", apenas "hoje", pois "amanhã" pode ser muito tarde para resgatar muitas coisas, não pelo motivo de não ter sido verdadeiro, pois foi, mas porque a indecisão diz (e diz claramente) que seu medo foi maior, muito maior que a felicidade que estava por vir e ela poderia ter vivido. Tudo passa... inclusive as oportunidades, o tempo perdido e o coração ofertado. Ele era um romântico. Ela quase foi seu romance.

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