quarta-feira, 12 de junho de 2013

Um novo dia...


...o sol já brilhava há algumas horas quando ele abriu os olhos lentamente. Aquele perfume inconfundível de seus cabelos, misturado à brisa que soprava da praia em direção ao quarto formavam aquele aroma delicioso que o fazia sorrir, em paz. Ele ajeitou-se na cama com cuidado e devagar para não acordá-la. Ela repousava em seu peito, dormindo profundamente, com uma das pernas jogada sobre seu corpo, um braço sobre seu peito, abraçando-o, como se quisesse prendê-lo ali naquela cama, para sempre. O lençol branco de cetim, que a cobria, desenhava seus contornos. As taças que os acompanharam na noite anterior, estavam sobre o criado-mudo, as velas aromáticas ainda ardiam e espargiam seu perfume pelo quarto. As pétalas de rosas que ele cuidadosamente espalhara sobre a cama e pelo quarto estavam grudadas em seus corpos. A gravata e o paletó que ele usava, jogado ao chão, bem próximo à porta de entrada, a camisa um pouco mais adiante, junto àquele vestido que atiçou seus pensamentos na noite anterior. Suas peças íntimas se misturaram ao lençol, branco como o marfim e perfumado como aquela pele macia que repousava inocentemente sobre seu peito ainda com marcas de batom e leves mordidas. Travesseiros e almofadas espalhadas pelo chão do quarto, fizera-o recordar que ali também fora palco daquela noite de amor. O sino de vento entoava sua melodia que brindava aquele dia ensolarado, porém, jamais tão ardente quanto a noite que acabaram de viver. Uma travessa de amoras, uvas e framboesas, chocolate cremoso, spray de chantilly, lenços coloridos de cetim, delatavam o que aquele sorriso que dançava em seus lábios escondia. Sua pele, testemunha daquelas unhas muito bem feitas e pintadas de carmim, ostentava listras avermelhadas, e suas costas levemente perfuradas. Marcas quase imperceptíveis de dentes em seus ombros e coxas fixavam um forte contraste com aquela figura doce que repousava inocentemente sobre seu peito. Ele subiu suavemente sua mão, que  repousava sobre suas costas nuas, até alcançar seus cabelos e uma vez mais entrelaçou seus dedos naqueles fios que pareciam finos exemplares de algodão. Ela moveu sua cabeça sobre seu peito, abrindo lentamente aqueles olhos nos quais ele amava mergulhar e perder-se em sua doçura. Ele a estreitou em seus braços e abraço, aconchegando-a em seu peito e sussurrou em seu ouvido: "Bom dia minha flor do campo". Ela retrucou baixinho, enquanto apoiava-se em seu peito, liberando sua outra mão para acariciar seu rosto com a mesma ternura com que seus pés roçavam os dele. Ele havia planejado um passeio de barco logo após o café da manhã, seguido de um passeio pela parte antiga da cidade. Mas aquela manhã ainda estava longe de terminar, pois decidiram retirar com seus lábios as pétalas de rosas ainda grudadas em seus corpos pelo suor.

Lelo.

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